segunda-feira, 12 de julho de 2010

Luiz de Camões

Amor é fogo que ande sem se ver
É ferida que doi e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre agente
É nunca contentar-se de contente
É cuidar do que se ganha em se perder
É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence,o vencedor
É ter com quem nos mata lealdade
Mais como causar pode seu fervor
Nos corações humanos amizade,se tão contrário a sí é o mesmo amor?

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